(des)compasso;

tiro o pé, sem pressa
sem promessas de estação.
o que pulsa não vem do grito
chega quando o silêncio vira canção.

tirei o relógio cravado no meu peito,
plantei um jardim em mim.
abrigar não combina com prender,
cabe melhor enraizar.

confusa, mas ainda flor.
firme eu, mas agora leve.
somos o instante onde não tem dor.
até o medo sente que nos deve. 

nos ensinamos um novo (des)compasso
a luz não exige um troco,
só espaço.

já não quero certezas embaladas,
quero presença sentada ao lado.
que a história seja escrita e lida,
com os pés descaços
e a roupa suja de vida.


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