tiro o pé, sem pressa sem promessas de estação. o que pulsa não vem do grito chega quando o silêncio vira canção. tirei o relógio cravado no meu peito, plantei um jardim em mim. abrigar não combina com prender, cabe melhor enraizar. confusa, mas ainda flor. firme eu, mas agora leve. somos o instante onde não tem dor. até o medo sente que nos deve. nos ensinamos um novo (des)compasso a luz não exige um troco, só espaço. já não quero certezas embaladas, quero presença sentada ao lado. que a história seja escrita e lida, com os pés descaços e a roupa suja de vida.
quando amanhecer, não farei barulho só abrirei lentamente a janela pra luz tocar o seu rosto. deixarei café no fogo e chocolate no copo, palavras no ar, e uma cadeira vazia pronta pra você chegar. não direi que senti falta, mas deixarei pistas: meus olhos dançam quando te veem, meu silêncio sorri quando você fica. não te pedirei promessas, apenas que calce seus pés descalços nesse chão plantado sobre a leveza. e se o amor for mesmo casa, que bom que o tempo não trancou a porta.
você quer a maior sinceridade? eu te odeio, mas odeio te odiar. eu passeava nas linhas com as cores em tons de cinza e as palavras embaçadas. você destruiu a minha vaidade literária acabou com a minha, até então, alma temerária. me diz, mulher... como que eu escrevo da dor, quando você só me faz enxergar o mais puro amor. odeio te odiar por simplesmente me fazer amar.
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